[Liens en portugais] Le 10 octobre, le célèbre théologien de la libération, Frei Betto, écrivait un article dans le plus grand journal du pays, la Folha de São Paulo – reproduit sur le Blog do Miro – dans lequel il comparait “l'athéisme militant” à la torture.
La réaction des athées ne s'est pas fait attendre, et exprimait une certaine déception devant la “démonstration explicite d'intolérance et de préjugés, de la part d'une des principales figures du catholicisme progressiste brésilien”. Le théologien a répondu, en expliquant sa vision de “l'athéisme militant”:
O que entendo por “ateísmo militante”? É o que se arvora no direito de apregoar que Jesus é um embuste ou Maomé um farsante. Qualquer um tem o direito de descrer em Deus e manifestar essa forma negativa de fé. Não o de desrespeitar a crença de cristãos, muçulmanos, judeus, indígenas ou ateus.
[…]
Ateísmo militante é, pois, profanar o templo vivo de Deus: o ser humano. É isso que praticam torturadores, opressores e inquisidores e pedófilos da Igreja Católica. Toda vez que um ser humano é seviciado e violentado em sua dignidade e direitos, o templo de Deus é profanado.
[…]
O raciocínio do religioso não resiste ao mais óbvio exame. Pode-se virá-lo de ponta-cabeça afirmando que todo indivíduo é um templo do humanismo secular, e que portanto os torturadores na verdade praticam religiosidade militante. Mais importante ainda é o fato de que rebatizar à plena força expressões já existentes para lhes dar significado espúrio e negativo é um inegável sintoma de preconceito.
[…]
Ideias não têm direitos nem dignidade: seres humanos têm. Ideias e crenças não precisam ser protegidas nem respeitadas. Seres humanos precisam. Essa parece ser a grande diferença moral entre ateus e religiosos: para nós só há imoralidade quando se causa sofrimento àqueles que podem senti-lo. As ideias que se virem. Para Betto e a maior parte dos religiosos, as ideias têm direito de não serem criticadas, mesmo quando falsas. Os humanos que se virem.
Le raisonnement du religieux ne résiste pas à l'examen le plus logique. Il peut être retourné complètement en affirmant que tout individu est un temple de l'humanisme séculier, et que donc les bourreaux, pratiquent, en vérité, la religiosité militante. Encore plus important est le fait que rebaptiser avec force des expressions déjà existantes dans le but de leur donner un sens fallacieux et négatif est un symptôme de préjugés que l'on ne peut pas nier.
Les idées n'ont pas de droits ni de dignité. Les idées et les croyances n'ont pas besoin d'être protégées ni respectées. Les êtres humains, oui. C'est là que semble se trouver la principale différence entre les athées et les religieux : pour nous il n'y a immoralité que quand on cause une certaine souffrance à ceux qui affirment la ressentir. Et que les idées se débrouillent. Pour Betto et la majorité des religieux, les idées ont le droit de ne pas être critiquées, même lorsqu'elle sont fausses. Et que le humains se débrouillent.
Robson Fernando, du blog Arauto da Consciência (Hérault de la conscience), cite de nombreux cas, au Brésil, de ce qu'il considère être des préjugés contre les athées et l'athéisme (Global Voices a déjà écrit auparavant sur les préjugés exprimés par le présentateur de télévision José Luis Datena).
De son côté, George Huxcley, du blog Graphephilia, se demande si l'athéisme est, en propre, une religion :
O que me faz entender que apesar da negação de uma crença, seu fundamentalismo em querer fazer uma afirmação contrária a existência de deidades, é o mesmo agente motivador dos religiosos, em propagar sua crença, ou seja, a necessidade grande de ter suas questões resolvidas, a busca para um sentido existencial.
[…]
Claro concordo que por muito tempo os ateus foram discriminados socialmente, mas definitivamente não é usando da mesma moeda que conseguirão ter espaço e voz.
No mais eu tenho uma leve impressão que todos esses ateus proselitistas, em sua imensa maioria, são daqueles que dizem. ” – Sou Ateu Graças a Deus.”
Ce qui me fait comprendre que malgré la négation d'une croyance, leur fondamentalisme consistant à vouloir opposer une affirmation contraire à l'existence de déités, est la même motivation que celle des religieux, c'est à dire, le fait de propager leur croyance, ou encore, l'extrême nécessité de voir leurs questionnements résolus, la recherche d'un sens existentiel.
Bien sûr, je reconnais que les athées ont été socialement discriminés, mais ce n'est certainement pas en utilisant les mêmes armes qu'ils arriveront à obtenir un espace pour faire entendre leurs voix.
De plus, j'ai la légère impression que tous ces athées prosélytes, dans leur immense majorité, sont de ceux qui disent : “Grâce à Dieu, je suis athée.”
Enfin, Humberto Quaglio commente sur son blog Um Deus em Minha garagem (Un Dieu dans mon garage), qu'il est impossible de définir exactement “l'athéisme militant”, et qu'on ne peut que le classifier selon la situation. Il ajoute aussi :
Talvez a presença dos ateus na sociedade, que se torna a cada dia mais visível, principalmente por causa da internet, incomode aquelas pessoas que não estavam acostumadas a ver suas convicções confrontadas por quem tenha ideias diferentes. Esta desconfortável confrontação a suas crenças leva muita gente a esquecer que, em nossa sociedade, todos têm o direito de expressar suas convicções. Há quem pense que a mera discordância de uma crença religiosa, e a expressão pública desta discordância, é um desrespeito à religião. Isto demonstra certa imaturidade quanto à natureza de uma sociedade aberta, onde a crítica a uma ideia não é necessariamente uma agressão ou ofensa aos adeptos do ponto de vista criticado. O direito de “pregar o evangelho a toda criatura” vale para qualquer “evangelho” e para qualquer “criatura”.
1 commentaire
Eglises abandonnées…
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