Un chapitre de plus dans la bataille judiciaire qui oppose le journal Folha de São Paulo et le blog satirique Falha de São Paulo (NdT: il s'agit d'un jeu de mot entre la “Folha”, la “Feuille” de São Paulo, un des plus grand journaux du pays, au passé douteux pendant la dictature militaire, et la “Falha” que l'on pourrait traduire par “échec, erreur, faux-pas”) vient de s'écrire, mais cette fois, c'est le blog qui a décidé d'intenter un procès au journal.
Fin septembre 2010, la Falha a été fermé suite à une injonction de la justice brésilienne répondant à la requête de Folha qui souhaitait des dommages et intérêts pour préjudice moral. L'objectif du site était de satiriser, de plaisanter avec l'image du journal Folha de São Paulo, et dans ce but, faisait appel au photomontages, à de fausses Unes ironiques et même à un “générateur de Unes” en reproduisant la maquette de la Folha de São Paulo.
Le premier procès, conclu par un “match nul” en septembre 2011, fut, selon le journaliste Rodrigo Vianna “une leçon [du juge] sur la liberté d'expression”.
La Falha de São Paulo revendique maintenant la totale autorisation de son nom de domaine, falhadespaulo.com.br, bloqué judiciairement par la Folha lors d'une seconde injonction, contre le site Registro.br (l'organisme qui gère tous les noms de domaines en .br), comme l'explique le journaliste Lino Bocchini, auteur de la Falha, pendant le déroulement du procès fin mars 2012:
Terminou com uma espécie de empate a disputa jurídica em primeira instância entre Folha e Falha, e agora está começando a segunda. Já protocolamos nosso recurso junto ao Tribunal de Justiça (TJ-SP) pedindo a derrubada da censura da Folha à Falha e a volta do domínio www.falhadespaulo.com.br. A sentença do juiz da 29ª Vara Cível de São Paulo informa que o juiz acolheu “parcialmente” o pedido da Folha, determinando o “congelamento” do domínio “falhadespaulo.com.br”, mas rejeitou todo o resto.
Jusqu'à l'enregistrement de nouveaux noms de domaines ressemblants ont été interdits, et c'est donc, avec l'alternative “Desculpe a nossa Falha” (“Excusez notre erreur”) que les frères Bocchini font de la publicité à leur cause, recueillent des soutiens et, dès que cela est possible, épinglent le journal, toujours avec l'humour qui caractérise le couple.
Tandis que les auteurs de la Falha dénoncent des persécutions politiques de la part de la Folha – qui viseraient à faire taire les critiques faites à l'encontre de sa politique éditoriale -, celle-ci se défend en alléguant que ce qui est en cause, c'est l'utilisation abusive de sa marque. Pour appuyer sa défense, la Falha a publié une série de “preuves” glanées sur des sites qui font usage de logos semblables à ceux de la Folha ou d'autres portails brésiliens et qui eux, n'ont jamais été inquiétés par la justice.
la journaliste Lúcia Rodrigues, de la Rede (Chaîne) Brasil Atual, explique brièvement l'histoire :
O jornalista Lino Ito Bocchini trava uma batalha judicial com a Folha de São Paulo para ter o direito de manter o domínio sobre o site Falha de São Paulo, criado por ele e seu irmão, Mario Ito Bocchini. O site é uma paródia ao jornal da família Frias e foi censurado pela justiça, a pedido da Folha, no final de 2010. Na última quinta-feira, 5, Lino organizou um debate que discutiu o papel da Folha no financiamento do golpe militar e da tortura durante a ditadura [vídeo e resumo do debate “Relações da mídia com a ditadura“]. A expectativa é que a ação contra a Folha seja julgada este ano pelos desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Il s'agit d'un cas unique, qui peut faire jurisprudence dans la lutte pour la liberté d'expression de la blogosphère brésilienne, comme l’affirment Leopoldo Loureiro et Luís Borrelli Neto, avocats de la Falha.
Lors de la proclamation du “deuxième round” de cette bataille judiciaire, les frères Bocchini ont donné le ton :
Enfim, é sempre bom lembrar, estamos falando de uma briga um tanto desigual. De um lado são dois irmãos “avulsos”, independentes, sendo defendidos “pro-bono” (pagando apenas as custas do processo) por advogados bacanas identificados com a causa –aliás, estamos de advogado novo nessa segunda fase. Do outro está o maior jornal do país, com um gigantesco escritório de advocacia fungando nas nossas costas. O que ajuda a equilibrar o jogo é o apoio gigantesco que estamos recebendo de toda blogosfera, que entendeu que esse caso, por seu absurdo e pelo seu ineditismo, é de interesse coletivo. E não dá pra deixar barato o maior jornal do país, que vive pregando liberdade de expressão e democracia, promovendo uma censura dessas contra dois blogueiros.