Par exemple le mouvement de soutien à l'admission de la Guinée Equatoriale en tant que membre de la CPLP [en portugais] (MAGE), qui se réfère aux événements historiques qui liaient le Portugal à une partie du territoire de la Guinée Equatoriale au 15ème siècle, et dont le but est de “recueillir le plus grand nombre possible de signatures de citoyens de tous les états membres “pour soutenir l'admission de la Guinée équatoriale en tant que membre effectif de la CPLP, afin qu'ils puissent être présentés au Secrétaire exécutif de la CPLP”.
Comme Clavis Prophetarum du blog de Quintus le confirme [en portugais], “la question de l'admission éventuelle de la Guinée Equatoriale dans la CPLP est très controversée, et ce, depuis presque le premier jour”:
A CPLP ganharia influencia e presença no mundo com esta adesão? Sim, mas a um preço demasiado alto. A CPLP só pode aspirar a ser o ponto de partida para aquilo que desejamos: uma União Lusófona, se mantiver o respeito aos seus próprios estatutos, que consagram o respeito pelos Direitos Humanos e pelo são exercício democrático. A Guiné Equatorial pode aderir (e deve) desde que respeite ambos os conceitos. Se o regime tem assim tanto desejo em aderir então que faça como fez a União Europeia para com a Turquia: que exija o cumprimento destas regras básicas. Uma Guiné Equatorial respeitadora dos Direitos Humanos e da Democracia é bem vinda. A atual, não. Nem que fale português.
L'écrivain et dissident Juan Tomás Ávila [en portugais], dans une interview au journal Público le 1er Juin 2012, reprise sur le blog O Linguado [en portugais], est également catégorique :
Nos meus artigos na imprensa estrangeira, falo da situação política, o que me permite, nos livros, falar de outras coisas, contar histórias. E muitas transportam-nos para Annobón. Lá, a língua materna é o fadambo, um crioulo de origem portuguesa.
Esse foi um dos aspectos apontados para justificar uma entrada da Guiné Equatorial na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A Guiné Equatorial já tem estatuto de país observador, agora quer ser país-membro com plenos direitos. (…)
O país também faz parte da francofonia e para isso aprovou o Francês como língua oficial. O Português foi aprovado por decreto presidencial. Essas duas línguas juntam-se ao Espanhol, como línguas oficiais. Qual o sentido que isso faz?
Quando ele [Obiang] tenta entrar nestas instituições, quer branquear a sua imagem e organizar eventos para dizer que é um líder muito importante.
Ce ne sont pas seulement les équato-guinéens qui s'interrogent sur les motifs du désir du régime du Président Teodoro Obiang d'appartenir à la CPLP. Au Cap-Vert, Abraão Vicente se déclare [en portugais] “complètement contre cette admission”, et ajoute:
confio que a grande maioria dos cabo-verdianos que acreditam nos valores universais da humanidade também se objectam. As razões da minha oposição são muito pragmáticas: Guiné Equatorial é um regime ditatorial, o seu presidente Teodoro Obiang Nguema é acusado não só de desviar elevadíssimas quantias dos cofres do Estado como também é acusado de executar sumariamente todos os seus oponentes. A família Obiang neste momento é alvo de investigação na França e em vários outros países do mundo por transacções de avultadas quantias, compras de propriedades, obras de artes e outros bens sem justificativos devidos da origem do dinheiro. Enquanto isso milhar e milhares de cidadãos desse país morrem à fome. O regime instalado na Guiné Equatorial é feito do sangue e da miséria de milhares de cidadão e as tais reformas nas quais o nosso PM [Primeiro MInistro] se baseia para apoiar a entrada desse país na CPLP são apenas fachada.
Au Portugal, le blog Guinée Equatoriale libre [en portugais] est né de la volonté d'un groupe de citoyens qui souhaitent sensibiliser sur certains faits au sujet de ce pays non publiés dans les médias traditionnels, tels que la condamnation à mort [en portugais] d'un citoyen malien en mai 2012, alors que l'abolition de la peine de mort est exigée de la Guinée Equatoriale pour rejoindre la CPLP.
não permitam que a Dignidade Humana seja penhorada ao aceitarem a admissão da Guiné Equatorial como membro de pleno direito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Este país não reúne as condições para esse efeito. Trata-se de um país onde não há espaço para a democracia, para a liberdade, para a igualdade, para os direitos humanos, para a justiça social e onde a adopção da língua portuguesa como (terceira) língua oficial não resulta da história, da expressão cultural ou vontade do povo. A admissão deste país à CPLP, nas actuais condições e face aos princípios que esta Comunidade propugna, nomeadamente nos seus Estatutos, descredibilizará e manchará irremediavelmente a reputação e a respeitabilidade da CPLP na comunidade internacional.